Janeiro de 2023 – O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica que a movimentação financeira real das pequenas e médias empresas (PMEs) do comércio registrou um avanço de 5,5% em 2022, quando comparado com 2021. O IODE funciona como um termômetro econômico das companhias com faturamento de até R$50 milhões anuais.
Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, as PMEs foram favorecidas em 2022 pelo controle da pandemia de Covid-19 e os consequentes efeitos moderados na economia, em comparação ao biênio 2020-2021. “Além disso, incentivos fiscais como a manutenção e ampliação do Auxílio Brasil foram determinantes na sustentação do consumo, em meio a um mercado de trabalho em recuperação e à trajetória de alta da taxa de juros para conter a inflação”, explica.
No comércio, o crescimento foi puxado pelo avanço do setor varejista (+7,6%), enquanto o atacadista cresceu de forma mais modesta (+5,9%). Por outro lado, o segmento de ‘comércio e reparação de veículos’ encerrou o ano com retração (-6,7%).
No setor varejista, as categorias que tiveram melhor desempenho em 2022 foram:
- Brinquedos e artigos recreativos
- Tabacaria
- Mercadorias em lojas de conveniência
- Calçados
- Produtos farmacêuticos (manipulação de fórmulas)
- Mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazén
- Hortifrutigranjeiros
- Artigos de cama, mesa e banho
- Produtos farmacêuticos (sem manipulação de fórmulas)
- Material elétrico
Para 2023, o IODE-PMEs prevê um cenário positivo para as pequenas e médias empresas do comércio – diante do avanço da massa de renda – mas considera que as taxas de juros elevadas devem impedir um crescimento no poder de compra das famílias, encarecendo a tomada de crédito, penalizando o consumo e os investimentos, com reflexos diretos sobre os negócios das PMEs.
“É importante que a atual equipe econômica sinalize rapidamente ao mercado as novas regras para equilíbrio das contas públicas, evitando novos choques inflacionários e quedas da confiança dos consumidores e do empresariado na economia brasileira. Movimentos que teriam reflexos diretos sobre o consumo e, consequentemente, impactam negativamente a evolução das vendas no comércio.”