Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual (CBS e IBS): principais dúvidas respondidas

A Reforma Tributária trará mudanças profundas na forma de tributar o consumo no Brasil, com a criação do IVA Dual (CBS e IBS).
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O IVA é a peça-chave da nova estrutura tributária brasileira, prometendo transformar radicalmente a forma como empresas e contadores lidam com os tributos sobre consumo. 

Composto por dois tributos principais — CBS e IBS — o IVA Dual visa simplificar a cobrança, unificar regras e reduzir a complexidade do sistema atual. Mas, afinal, como tudo isso vai funcionar na prática?

A seguir, vamos esclarecer o funcionamento do IVA Dual, explicar como ele será implementado, destacar os impactos na rotina contábil e orientar contadores sobre os primeiros passos para adaptação.  

O que é o IVA e por que ele foi adotado no Brasil?

O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um modelo de tributação amplamente utilizado no mundo. Sua principal característica é a não cumulatividade: ele incide apenas sobre o valor agregado em cada etapa da cadeia produtiva, o que elimina a bitributação e melhora a transparência.

Na Reforma Tributária brasileira, o IVA será implementado em um formato dual, composto por:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – tributo federal que substituirá o PIS e a Cofins;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – tributo estadual e municipal que substituirá o ICMS e o ISS.

A transição será feita entre 2026 e 2033, com os tributos antigos sendo extintos gradualmente. Durante esse período, empresas deverão conviver com os dois modelos, exigindo atenção redobrada dos contadores.

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Diferença entre CBS e IBS: o que cada um cobre?

A CBS é de competência federal e unificará o PIS e a Cofins. Terá alíquota de referência de 8,8%, aplicada sobre a receita obtida com a venda de bens e serviços.

Diferente do atual modelo, a CBS será mais simples, com uma única alíquota, sem regimes especiais ou cumulativos. O crédito será tomado com base em todas as aquisições feitas por empresas optantes pelo regime não cumulativo.

O IBS, por sua vez, é de competência estadual e municipal. Vai substituir dois dos tributos mais complexos do Brasil: ICMS e ISS. Terá alíquota de referência de 17,7%, mas estados e municípios terão alguma autonomia para ajustes.

O IBS trará regras unificadas em todo o país, administrado por um Comitê Gestor Nacional. Isso representa o fim da guerra fiscal e das diferentes interpretações por localidade — um alívio para os contadores que hoje enfrentam dificuldades para acompanhar legislações divergentes.

Impostos que serão extintos com o IVA Dual

O novo modelo unificará tributos sobre o consumo, eliminando distorções. Serão extintos:

  • PIS e Cofins (federais) → substituídos pela CBS
  • ICMS (estadual) e ISS (municipal) → substituídos pelo IBS
  • IPI → substituído pelo novo Imposto Seletivo (IS)

O IS terá alíquotas específicas para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e veículos poluentes. Esse tributo, no entanto, não permite compensação de crédito e será cobrado integralmente na primeira comercialização.

Exemplos práticos: como será a tributação com o IVA Dual?

Vamos imaginar uma venda de produto em São Paulo por R$ 1.000, antes e depois da reforma, respectivamente:

  • PIS: 1,65%
  • Cofins: 7,6%
  • ICMS: 18%
  • ISS: (se aplicável ao serviço)
  • Carga total estimada: 27,25%

Depois da reforma (com IVA Dual), vai ficar assim:

  • CBS: 8,8%
  • IBS: 17,7%
  • Carga total estimada: 26,5%

Além da redução da complexidade, a empresa não terá mais que lidar com múltiplas declarações e regimes cumulativos, como o atual sistema de substituição tributária do ICMS.

Isenção IVA

É importante destacar que a alíquota padrão do IVA não será igual para todos os setores econômicos. De acordo com a legislação, áreas como saúde, educação, transporte, agropecuária e cultura terão direito a uma redução de 60% na alíquota.

Para profissionais liberais devidamente regulamentados, como engenheiros, arquitetos e advogados, está prevista uma redução de 30%. 

Além disso, determinados casos específicos, como itens da cesta básica e instituições religiosas, terão isenção IVA.

Como será a transição para o novo modelo?

A Emenda Constitucional nº 132/2023 prevê um cronograma de transição entre 2026 e 2033, que vai funcionar da seguinte maneira:

  • 2026: início da CBS e IBS com alíquota reduzida
  • 2027–2032: aumento gradual das novas alíquotas e redução dos tributos atuais
  • 2033: extinção completa de PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI

Esse modelo escalonado permite que empresas e entes federativos se adaptem gradualmente, evitando rupturas e colapsos na arrecadação pública.

Impactos práticos do IVA para contadores

O impacto IVA vai afetar diretamente a rotina e os processos dos contadores. Confira os principais pontos de atenção:

Revisão de cadastros

Os cadastros de produtos e serviços devem ser revistos com urgência, pois a nova tributação exigirá classificação correta por NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços) e NCM (produtos).

Novas obrigações acessórias

As obrigações acessórias também vão mudar. A EFD-Contribuições, entre outras declarações, deve ser substituída por um novo modelo unificado e digitalizado — exigindo integração com o ERP.

Créditos e débitos tributários

O regime não cumulativo exigirá um controle mais preciso de créditos tributários, que passam a ser recuperáveis com maior clareza e segurança jurídica.

Precificação de produtos e serviços

A nova carga tributária pode exigir ajustes nos preços de venda, impactando diretamente margens, competitividade e repasse ao consumidor.

Adaptação: por onde começar?

A preparação deve começar já. Veja os primeiros passos recomendados:

  • Capacite sua equipe: entenda os fundamentos do IVA, forme um time interno preparado para as mudanças;
  • Revise produtos e serviços: reclassifique tudo conforme a nova legislação IVA;
  • Atualize seu ERP: a ferramenta de gestão deve acompanhar as mudanças e garantir conformidade;
  • Organize seus processos: simplifique rotinas e adote o máximo de automação.

Como o Omie pode ajudar contadores na transição para o IVA Dual?

O ecossistema Omie foi desenvolvido para descomplicar a vida dos contadores e de seus clientes, e o novo IVA torna essa parceria ainda mais essencial. 

Ao utilizar o painel do contador, por exemplo, o profissional terá acesso a funcionalidades que ajudam a manter o compliance fiscal, controlar o crédito tributário e automatizar tarefas operacionais.

Além disso, a integração entre os dados do cliente e o escritório contábil garante mais agilidade na apuração e entrega das obrigações acessórias. Tudo isso com uma interface simples, intuitiva e adaptada às exigências da nova legislação.

Conte com a Omie e evite erros na nova tributação fiscal 

Neste momento de mudança tributária profunda, contar com um sistema de gestão preparado para o futuro é fundamental. Ao indicar o ERP Omie, o contador garante que seus clientes estarão prontos para a transição com segurança, controle e eficiência.

Mais do que um software, Omie é um aliado estratégico na digitalização da contabilidade, oferecendo suporte completo ao contador desde a implantação até a rotina diária.
Invista no conhecimento, prepare seu escritório e seja um parceiro Omie para aproveitar sem preocupações o novo cenário do IVA brasileiro.

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