Movimentação financeira das PMEs cresce 5,7% em maio

No acumulado do ano até maio, o IODE-PMEs indica crescimento de 3,9% da movimentação financeira real das PMEs brasileiras, na comparação com igual período de 2021
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  • IODE-PMEs mostra continuidade da retomada do mercado de PMEs neste ano
  • Crescimento em maio foi puxado pelo avanço da movimentação financeira real na Indústria (+10,8%) e na Agropecuária (+13,6%)
  • Retomada da demanda das famílias tem papel importante no crescimento dos setores de Comércio e Serviços nos últimos meses

São Paulo, junho de 2022 – Em maio de 2022, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a média da movimentação financeira real das pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) apresentou crescimento de 5,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com abril de 2022, o índice mostra avanço de 6,1%, movimento explicado, em partes, pela sazonalidade mais positiva do mercado no período. Com isso, no acumulado do ano até maio, o IODE-PMEs indica crescimento de 3,9% da movimentação financeira real das PMEs brasileiras, na comparação com igual período de 2021.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

IODE-PMEs

(Número índice – base: média 2019=100)

graficos movimentacao
Fonte: IODE-PMEs (Omie)

“Em linhas gerais, apesar do ambiente desafiador – com inflação e juros elevados -, os pequenos e médios negócios mostram importante trajetória de recuperação nos últimos meses, representando um alento para a economia brasileira, especialmente pela contribuição positiva deste mercado na geração de postos de trabalho”, diz Felipe Beraldi, Especialista de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie. Neste sentido, o IODE-PMEs mostrou aceleração a partir de março. Em maio, a evolução da média móvel de 12 meses do índice – que permite suavizar movimentos meramente sazonais da série histórica – mostrou crescimento de 0,5% na margem.

Evolução da tendência do IODE-PMEs

(Evolução mensal da média móvel em 12 meses)

iode maio 1 1
Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Segundo as aberturas setoriais do IODE-PMEs, o crescimento do índice em maio, frente ao mesmo período de 2021, foi puxado pelo avanço da movimentação financeira real na Indústria (+10,8%) e na Agropecuária (+13,6%). Ainda que em menor medida, também observa-se no período expansão nos maiores segmentos do mercado de PMEs: Serviços (+4,7%) e Comércio (+4,0%). Por fim, no segmento de Infraestrutura, há certa desaceleração (+2,5%) frente aos resultados do final de 2021 e do início deste ano.

No setor industrial – destaque do mercado de PMEs no último mês -, o avanço observado tem se concentrado nos segmentos de ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’, ‘Fabricação de produtos de madeira’ e ‘Metalurgia’. “De toda forma, o crescimento da indústria não se mostra disseminado entre todos os segmentos analisados, de modo que observamos queda da produção em algumas atividades em maio – especialmente na ‘Fabricação de outros equipamentos de transporte’ e na ‘Fabricação de máquinas e equipamentos’”, afirma Beraldi.

Já no Comércio e em Serviços, é possível observar o importante papel da recuperação da demanda das famílias nestes setores em 2022. Neste sentido, tem se destacado no Comércio nos últimos meses atividades como: ‘Varejo de calçados’, ‘Varejo de artigos de viagem’ e ‘Varejo de artigos de cama, mesa e banho’. No setor de Serviços, por sua vez, atividades nos segmentos de ‘Alojamento’, ‘Alimentação’ e ‘Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas’ têm sido os principais responsáveis pela retomada verificada no setor no período recente.

“Diante da identificação deste movimento, são grandes as preocupações com a manutenção do desempenho positivo destes importantes setores da economia brasileira no segundo semestre do ano, já que a alta inflação em itens básicos de consumo segue corroendo a renda das famílias, o que tem elevado potencial de afetar o ímpeto do consumo de outros bens e serviços no curto prazo. Assim, será fundamental identificar um arrefecimento das pressões inflacionárias no país ainda neste ano, para que a retomada do mercado de trabalho se traduza em crescimento da renda real das famílias, viabilizando a manutenção do consumo”, conclui o especialista.

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