- Crescimento do mercado foi sustentado pelas PMEs da Indústria (+16,8%) e de Serviços (+5,6%)
- PMEs do Comércio mantiveram a tendência de queda (-6,9%), já verificada também no decorrer dos últimos meses
Em setembro de 2023, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras cresceu 6,9% na comparação com setembro de 2022. Com o resultado, o setor encerrou o terceiro trimestre do ano com alta de 9,4% ante o terceiro trimestre de 2022, após +6,0% no segundo trimestre. No acumulado do ano até setembro, o índice mostra crescimento de 5,1% frente ao mesmo período do ano anterior.
Figura 1: IODE-PMEs (Número índice – base: média 2021=100)
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, “considerando o desempenho do mercado de PMEs pelos grandes setores da economia, o resultado de setembro segue a mesma tendência dos últimos meses, com o aquecimento do mercado pelos segmentos de Indústria e Serviços”.
A movimentação financeira real das PMEs industriais avançou 16,8% em setembro de 2023 na comparação anual – nono mês consecutivo de crescimento nesta base de comparação. No último mês, o IODE=PMEs mostra que o desempenho positivo da Indústria foi sustentado pelas atividades de ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Fabricação de produtos alimentícios’ e ‘Fabricação de produtos químicos’.
O setor de Serviços também vem se destacando nos últimos meses, contribuindo para a manutenção do crescimento do mercado de pequenas e médias empresas nos últimos dois trimestres. O índice aponta que a movimentação financeira das PMEs de Serviços registrou expansão de 5,6% no último mês em termos anuais, avanço sustentado por segmentos como ‘Serviços financeiros’, ‘Atividades administrativas e serviços complementares’ e ‘Educação’.
Já no caso do Comércio, o setor segue em retração (-6,9%), que tem se mostrado disseminada entre as grandes categorias deste mercado (atacado e varejo). No varejo, o índice mostrou retração de 10,9% no último mês, reflexo da redução da movimentação financeira real em atividades como ‘Equipamentos de escritório’, ‘Calçados’ e ‘Tintas e materiais para pintura’. “Na contramão do desempenho fraco das PMEs do setor nos últimos meses, alguns segmentos altamente dependentes da evolução da renda das famílias – como o varejo de alimentos e bebidas – apresentaram crescimento no período”, afirma Beraldi.
Por fim, o IODE-PMEs também mostrou recuo do setor de Infraestrutura no período (-9,7%), após modesto crescimento em agosto (+2,8%), resultado que reflete a retração das atividades de ‘Obras de infraestrutura’ e de ‘Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação’. “Por outro lado, no segmento de Construção, continuamos observando crescimento das PMEs de ‘Serviços especializados para construção’, que englobam desde obras de fundação até serviços de acabamento em obras imobiliárias”, diz o economista.
Beraldi explica que a recuperação do mercado de pequenas e médias empresas no país é um dos fatores por trás do crescimento da economia doméstica em ritmo acima do esperado pelo mercado no início do ano. “De toda forma, o período recente tem sido marcado por uma mudança na dinâmica do mercado, com manutenção do crescimento de Serviços, mas perda de ímpeto do Comércio – após um 2022 bastante positivo para o setor”, afirma. “Em linhas gerais, a evolução da renda das famílias, combinado com o maior controle inflacionário (especialmente sobre bens essenciais – como alimentos e combustíveis), são os principais fatores por trás do maior dinamismo visto no mercado de PMEs nos últimos meses.”