Pequenos e médios negócios iniciam 2º semestre em crescimento

O índice inicia o segundo semestre de 2023 em crescimento, mas ainda apresentando diferenças significativas entre o desempenho dos grandes setores do mercado.
Navegação Rápida
Navegação Rápida
  • IODE-PMEs registra avanço no setor de 2,9% em julho na comparação anual, após +2,5% em junho
  • Análise setorial indica que crescimento segue condicionado pelo avanço das PMEs da Indústria (+5,7% YoY) e Serviços (+1,0%)
  • Comércio apresenta o resultado mais fraco do ano (-8,2%) em julho,disseminado entre o atacado e o varejo

Em julho de 2023, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras cresceu 2,9% na comparação com julho de 2022. Com isso, o índice inicia o segundo semestre de 2023 em crescimento, mas ainda apresentando diferenças significativas entre o desempenho dos grandes setores do mercado. No acumulado do ano até julho, o IODE-PMEs mostra crescimento de 2,8% na comparação com igual período do ano anterior. 

Figura 1: IODE-PMEs (Número índice – base: média 2021=100)

pasted image 0 1
Fonte: IODE-PMEs (Omie)

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 660 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o crescimento da movimentação financeira real média das PMEs no início do segundo semestre reflete a melhora do ambiente econômico doméstico, com queda das pressões inflacionárias, inversão da taxa básica de juros (BCB realizou um corte de 0,5 p.p. na meta da taxa Selic em agosto/23) e avanço da confiança dos consumidores. “O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) registrou nova alta em julho (aumento de 2,5 pontos – atingindo o maior patamar desde janeiro de 2019), com renovação da melhora das expectativas dos agentes com a situação econômica geral do país. Apesar do contexto macroeconômico, relativamente, mais positivo, o alto nível de endividamento das famílias ainda segue como um limitante para o avanço do consumo, algo que tem se refletido com bastante intensidade nas PMEs que dependem da comercialização de bens”, diz o economista.

Diante deste cenário, o IODE-PMEs revela diferenças significativas nos setores nos últimos meses. No geral, o crescimento dos pequenos e médios negócios, no último mês, voltou a ser condicionado pelo avanço dos setores de Indústria (+5,7%) e Serviços (+1,0%) – panorama também verificado no decorrer do segundo trimestre do ano. 

Figura 2: Índice geral e principais aberturas setoriais (YoY% em julho/2023)

pasted image 0 2
Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Com o resultado, as PMEs industriais mostram o quinto crescimento consecutivo na comparação anual, com destaque para o bom desempenho observado em alguns segmentos da indústria de transformação, tais como: ‘Autopeças e implementos rodoviários’, ‘Metalurgia’, ‘Confecção de artigos do vestuário e acessórios’ e ‘Fabricação de produtos alimentícios’. Já no setor de Serviços, as PMEs voltaram a mostrar crescimento no último mês, após resultado pontualmente negativo em junho (-3,6%), puxado pelo avanço dos segmentos: ‘Atividades de serviços pessoais’, ‘Alojamento e alimentação’, ‘Serviços financeiros’ e ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’ (que englobam, por exemplo, atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria).

Por outro lado, o IODE-PMEs mostra queda da movimentação financeira real das PMEs do Comércio (-8,2% na comparação com julho de 2022) – quarto mês consecutivo de retração e pior resultado do setor no ano nesta base de comparação. No setor, o recuo foi disseminado entre os três grandes segmentos: ‘Atacado’, ‘Varejo’ e ‘Comércio e reparação de veículos’. Particularmente no varejo, apesar do fraco resultado agregado, alguns subsetores seguem em crescimento nos últimos meses, tais como o ‘varejo de produtos alimentícios em geral’ e o ‘varejo de bebidas’.

O índice também mostrou recuo do setor de Infraestrutura no último mês (-6,2% na comparação com julho de 2022), após queda também verificada em junho (-6,1%), resultado que segue refletindo, especialmente, a retração das atividades de ‘Obras de infraestrutura’ e de ‘Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação’.

“A previsão é que o mercado de PMEs siga em crescimento no decorrer do segundo semestre do ano, diante do ambiente macroeconômico mais positivo, com destaque para a resiliência vista no mercado de trabalho, redução das pressões inflacionárias e inversão da trajetória da Selic – que vinha em processo de aumento desde 2021. Adicionalmente, destaca-se a importância do programa do governo federal Desenrola Brasil para estimular a renegociação e quitação de dívidas, diante do contexto de elevado endividamento familiar no país. Assim, para 2023 como um todo, a expectativa é de que o setor mostre crescimento de 3,2% ante 2022”, afirma Beraldi.

Banner experimente - simplifique sua rotina e integre todas as áreas da sua operação
Compartilhe este post
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Conteúdos relacionados
Segunda edição da Sondagem Omie das Pequenas Empresas destaca otimismo, com expectativa de evolução positiva do faturamento e das contratações
IODE 1
Indústria e Comércio foram os destaques no terceiro trimestre e Serviços e Infraestrutura mostram movimentação financeira real abaixo do verificado
IODE 2
Crescimento se mostrou disseminado entre os grandes setores monitorados no mês