- Levantamento do IODE-PMEs mostrou que segmentos com maior avanço foram ‘varejo de plantas e flores naturais’(+216,5%), ‘varejo de livros’ (+147,9%) e ‘artigos de relojoaria’ (+95,1%)
- Comércio tem sido um dos setores de destaque no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras no primeiro semestre de 2022
- A redução dos impactos da covid-19 na circulação de pessoas favorece o Comércio neste ano
- Fatores como a liberação de saques do FGTS, antecipação do pagamento do décimo terceiro a aposentados e a facilitação de acesso ao crédito à micro e pequenas empresas são importantes para a sustentação da atividade do setor nos últimos meses
São Paulo, junho de 2022 – O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica possível impacto positivo do Dia dos Namorados na evolução das vendas do comércio na primeira metade de junho. Os dados mostram que, na primeira quinzena de junho de 2022, a média diária da movimentação financeira real no comércio varejista mostrou crescimento de 7,2% ante o mês anterior.
Para elaborar a análise, foram comparadas a movimentação financeira média diária dos últimos meses de 65 segmentos do varejo. Para junho, foi considerada a média diária da primeira quinzena do mês, em que há maior concentração de vendas relacionadas à data comemorativa.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Evolução da média diária mensal da movimentação financeira real no comércio varejista
(Número índice – base: média 1T2022=100)
Felipe Beraldi, Especialista de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, explica que quando avaliados os segmentos que puxaram esse movimento no período recente, encontram-se evidências ainda mais robustas da influência da data comemorativa no resultado. “Dentre os 30 segmentos com melhor performance no período – isto é, com evolução mais significativa da movimentação financeira média diária na passagem de maio/22 para junho/22 -, historicamente, ao menos 16 são consideravelmente afetados por campanhas publicitárias e promoções relacionadas ao Dia dos Namorados”, comenta Beraldi.
É o caso, por exemplo, do ‘varejo de plantas e flores naturais’, que mostrou o salto mais robusto da média diária no período recente (+216,5% primeira quinzena de junho/22 x maio/22), além do ‘varejo de livros’ (+147,9%) e de ‘artigos de relojoaria’ (+95,1%). Outros segmentos de importante relação com a data comemorativa também mostraram avanços no período, como: ‘varejo de calçados’ (+18,6%), ‘artigos de joalheria’ (+13%) e ‘varejo de doces, balas, bombons e semelhantes’ (+12,5%).
O gráfico abaixo ilustra os 16 segmentos de destaque do varejo no período recente, em que os negócios possuem uma probabilidade elevada de serem afetados pela ocorrência do Dia dos Namorados.
Expansão da movimentação financeira real no comércio varejista por segmentos de destaque
(média diária da primeira quinzena de junho/22 x média diária de maio/22)
“O avanço expressivo da atividade no varejo chama a atenção mesmo destacados os efeitos sazonais da celebração do Dia dos Namorados, visto que o país enfrenta grandes desafios no campo econômico, com intensa pressão inflacionária em itens básicos e forte aumento das taxas de juros. Tais elementos tendem a desfavorecer o consumo, ao restringir o avanço da renda real das famílias e dificultar o acesso ao crédito. Mesmo nesse contexto, em geral o IODE-PMEs evidencia que o Comércio tem sido um dos setores de destaque no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras no primeiro semestre de 2022”, avalia o especialista.
Beraldi complementa que, além das medidas do governo que visam aliviar a pressão da alta inflação e dos juros no orçamento familiar no curto prazo (como a liberação de saques do FGTS, a antecipação do pagamento do décimo terceiro a aposentados e a facilitação de acesso ao crédito à micro e pequenas empresas), fatores comportamentais também estão por trás da recuperação da economia no período recente, reflexo do maior controle da pandemia e da consequente retomada da circulação de pessoas.