Ter um fluxo de caixa eficiente é essencial para os negócios. Antes de começar, é importante compreender como ele funciona.
Muitas empresas fecham em menos de quatro anos devido a problemas no controle do dinheiro que entra e sai.
A falta de uma visão clara das finanças pode levar a decisões inadequadas de investimento, gastos excessivos e incapacidade de lidar com imprevistos financeiros.
Neste artigo, explicaremos o que é o fluxo de caixa, dicas para usá-lo corretamente, além de apontar quatro erros que você deve evitar. Continue lendo para estar bem preparado e garantir a saúde financeira do seu negócio.
O que é fluxo de caixa?
O fluxo de caixa é um registro das entradas e saídas de dinheiro em uma empresa ao longo de um período específico. Ele mostra como o dinheiro está sendo gerado e gasto, permitindo que os proprietários e gestores tenham uma visão clara da liquidez financeira do negócio.
É usado para acompanhar o desempenho financeiro, planejar gastos, antecipar problemas de caixa e tomar decisões estratégicas informadas para garantir a saúde financeira e o crescimento sustentável da empresa.
Por que fazer a gestão de fluxo de caixa?
Manter os registros corretos no fluxo de caixa permite a criação de diversos cenários das finanças da empresa.
Assim, o gestor tem total possibilidade de medir e diminuir os seus gastos e recebimentos, a fim de garantir sempre os melhores resultados.
Por isso, a gestão de fluxo de caixa oferece uma série de vantagens essenciais para o sucesso financeiro de um negócio. Aqui estão alguns motivos convincentes para implementá-la em sua empresa:
- Visibilidade financeira: Permite uma compreensão clara das finanças da empresa em tempo real;
- Tomada de decisão informada: Baseia decisões em dados reais sobre o dinheiro disponível;
- Planejamento estratégico: Facilita o desenvolvimento de estratégias financeiras de curto e longo prazo;
- Antecipação de obstáculos: Identifica problemas de liquidez antes que se tornem crises;
- Prevenção de endividamento excessivo: Ajuda a evitar empréstimos desnecessários;
- Controle de gastos: Permite monitorar e ajustar os gastos conforme necessário;
- Aproveitamento de oportunidades: Identifica recursos para investir em crescimento e inovação;
- Negociações otimizadas: Fornece insights ao negociar com fornecedores e parceiros;
- Cumprimento de compromissos: Garante o pagamento pontual de despesas e obrigações;
- Planejamento de impostos: Auxilia na estimativa precisa de obrigações fiscais.
Ao adotar a gestão do fluxo de caixa, sua empresa ganha a capacidade de alinhar operações financeiras aos objetivos estratégicos. Isso resulta em uma posição financeira robusta e flexível, resistente às constantes flutuações do mercado, tão comuns no mundo empreendedor.
Com que frequência devo fazer o fluxo de caixa?
A frequência ideal para fazer o fluxo de caixa depende do tamanho e da complexidade do seu negócio. Aqui estão algumas dicas rápidas para ajudar na decisão:
- Pequenos negócios: Semanal ou quinzenal, para monitorar de perto.
- Negócios médios: Semanal ou mensalmente, para um equilíbrio entre detalhe e eficiência.
- Grandes empresas: Semanal ou mensalmente, com revisões mais frequentes durante picos de atividade ou mudanças significativas.
Busque encontrar um equilíbrio entre manter um acompanhamento regular e evitar se sobrecarregar com análises excessivas. A adaptabilidade é fundamental: ajuste a frequência conforme as necessidades as oscilações sazonais.
Importância do gerenciamento correto do fluxo de caixa
Gerenciar e manter o controle das movimentações financeiras da sua empresa é extremamente importante e essencial para a saúde do seu negócio, sendo a chave para um bom planejamento estratégico no curto, médio e longo prazo.
Veja o porquê é importante realizar um bom gerenciamento do seu fluxo de caixa:
- Ajuda na organização da base principal da sua empresa;
- Registra todo o histórico de movimentações e operações financeiras realizadas desde o início, na inserção dos seus primeiros registros;
- É uma peça fundamental para o crescimento de todos os negócios, independentemente do porte e nicho;
- Otimiza seu capital de giro, necessário para sustentar as operações diárias da empresa, incluindo estoques, contas a receber e contas a pagar;
- Seu gerenciamento correto influencia diretamente sobre a determinação do preço de custo dos produtos ou serviços oferecidos por sua empresa.
Quais os tipos de fluxo de caixa?
Existem alguns tipos de fluxo de caixa que são, basicamente, métodos diferentes de realizar o seu controle financeiro. Conheça e entenda um pouco sobre cada um:
Fluxo de Caixa Operacional
- O que é: a parte do fluxo de caixa que registra as atividades operacionais da empresa, como receitas e despesas do negócio principal.
- Para que serve: ajuda a avaliar a saúde financeira básica da empresa e sua capacidade de gerar caixa a partir de suas operações diárias.
- Precisa de: dados precisos sobre receitas e despesas operacionais, geralmente obtidos nos relatórios financeiros.
- Quando é usado: regularmente para monitorar a saúde financeira, planejar gastos e tomar decisões operacionais.
Fluxo de Caixa Financeiro
- O que é: o componente do fluxo de caixa que considera as atividades de financiamento e investimento, além das operacionais.
- Para que serve: ajuda a entender como a empresa financia suas operações e investimentos, esclarecendo a obtenção de recursos externos.
- Precisa de: registros detalhados de empréstimos, pagamentos de dívidas, investimentos e outras transações financeiras.
- Quando é usado: ao planejar estratégias de financiamento, entender a estrutura da dívida e avaliar como as atividades financeiras impactam o caixa.
Fluxo de Caixa Direto e Indireto
Fluxo de Caixa Direto:
- O que é: registra as entradas e saídas de caixa diretamente das atividades operacionais, como vendas e pagamentos a fornecedores.
- Para que serve: oferece uma visão clara do dinheiro real que entra e sai das operações diárias da empresa.
- Precisa de: detalhes precisos sobre transações de caixa, como vendas, recebimentos e pagamentos.
- Quando é usado: quando há dados detalhados sobre transações de caixa e o desejo de uma visão mais direta das operações.
Fluxo de Caixa Indireto:
- O que é: ajusta o lucro líquido pelos itens que não afetam diretamente o caixa, como depreciação e mudanças no capital de giro.
- Para que serve: mostra como as atividades não-caixa afetam o fluxo de caixa operacional real da empresa.
- Precisa de: demonstrações de resultados e balanços patrimoniais para calcular ajustes.
- Quando é usado: Quando os detalhes diretos de transações de caixa não estão disponíveis ou quando se deseja entender as implicações dos ajustes.
Em suma, o Fluxo de Caixa Direto fornece uma visão imediata das transações de caixa reais, enquanto o Fluxo de Caixa Indireto ajusta os lucros líquidos para revelar como as atividades não-caixa afetam o caixa operacional.
Também é importante ressaltar que a escolha entre o regime de caixa e regime de competência pode influenciar qual abordagem de fluxo de caixa é mais apropriada para sua análise.
Geralmente, o fluxo de caixa direto se alinha melhor com o regime de caixa, enquanto o fluxo de caixa indireto é mais compatível com o regime de competência.
Fluxo de Caixa para Investimentos
- O que é: é um componente do fluxo de caixa que rastreia entradas e saídas de dinheiro relacionadas a investimentos em ativos de longo prazo.
- Para que serve: ajuda a avaliar o impacto financeiro de investir em ativos como propriedades, equipamentos ou aquisições.
- Precisa de: informações detalhadas sobre transações de investimento, como custos de aquisição e ganhos com vendas.
- Quando é usado: ao considerar decisões de investimento, avaliar a viabilidade de projetos e planejar o financiamento de ativos de longo prazo.
Fluxo de Caixa Projetado
- O que é: é uma estimativa futura das entradas e saídas de caixa com base em previsões e projeções.
- Para que serve: ajuda a antecipar a liquidez futura, planejar gastos e tomar decisões estratégicas com base nas estimativas.
- Precisa de: dados históricos, previsões de vendas, despesas e outros fatores que influenciam o fluxo de caixa.
- Quando é usado: durante o planejamento financeiro, orçamentação anual, avaliação de novos projetos e em momentos de mudanças significativas.
Fluxo de Caixa Livre
- O que é: é uma versão básica do fluxo de caixa que rastreia as entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo.
- Para que serve: ajuda a ter uma visão geral das finanças da empresa, destacando as fontes de dinheiro e onde ele está sendo gasto.
- Precisa de: informações detalhadas sobre as transações de caixa, como vendas, despesas e investimentos.
- Quando é usado: para uma análise rápida e simplificada da saúde financeira da empresa em um período específico.
Fluxo de Caixa Descontado
- O que é: é uma técnica de avaliação financeira que estima o valor presente dos fluxos de caixa futuros de um investimento.
- Para que serve: serve para determinar o valor intrínseco de um projeto, empresa ou ativo com base na expectativa de seus fluxos de caixa futuros.
- Precisa de: projeções de fluxo de caixa futuro, uma taxa de desconto para trazer os valores futuros para o presente.
- Quando é usado: em avaliações de investimentos, aquisições empresariais e tomada de decisões sobre a viabilidade de projetos.
Como fazer o fluxo de caixa na prática?
De alguma forma, seja em papel, planilha básica de entrada e saída ou por meio de softwares de gestão, as empresas realizam algum tipo de acompanhamento de suas operações financeiras.
Mas, qual é a maneira ideal de estabelecer e utilizar corretamente um fluxo de caixa na sua empresa? Entenda a seguir:
Registro de movimentações
Fazer o registro inicial de todos os valores gastos e recebidos pela sua empresa, sem exceção, Isso desde os valores mais baixos e irrelevantes até os mais altos investimentos ou pagamentos realizados.
Aqui, todos os valores são importantes, então, não deixe de registrar as contas a pagar e as contas a receber.
Categorização de receitas e despesas
Categorizar as suas receitas e despesas, sejam elas fixas ou variáveis. Serve para determinar os caminhos do dinheiro na sua empresa, possibilitando a avaliação e redistribuição dos gastos.
Recomenda-se dividir tudo em categorias para otimizar a organização do seu fluxo de caixa, sendo possível categorizar os valores de saída do seu fluxo entre as categorias “fornecedores” e “despesas operacionais e administrativas”, como aluguel, internet, materiais de escritório, dentre outras diversas possibilidades.
Indica-se criar e distribuir as categorias da melhor forma para a sua operação.
Projeção
Já com todos os dados inseridos e divididos por categorias no seu fluxo de caixa e tudo funcionando corretamente já há alguns dias, é hora de criar as suas projeções para o futuro.
Inicie com os valores médios apresentados nos seus relatórios de movimentações; mantenha o seu fluxo de caixa sempre atualizado, para medir o comportamento financeiro da empresa e garantir a saúde dos negócios.
4 erros que devem ser evitados no fluxo de caixa
Para não prejudicar ao invés de ajudar, alguns erros comuns devem ser evitados na hora de gerar o fluxo de caixa do seu negócio. Sabemos que contratempos podem ocorrer, por isso, conhecer os principais erros é uma forma de evitá-los.
1. Não atualizar os dados com frequência
Pagamentos e recebimentos ocorrem diariamente. Na correria, é possível que os registros sejam feitos de forma semanal ou mensal, tendendo a prejudicar o fluxo de caixa, devido a informações defasadas, dificultando o processo de geração do fluxo de caixa com maior precisão.
2. Não fazer um planejamento financeiro
De nada adianta ter informações precisas se elas não forem combinadas com um bom planejamento financeiro.
O fluxo de caixa precisa ser utilizado como uma ferramenta para planos futuros para a empresa. Por isso, não combiná-los é um dos erros que os empreendedores podem cometer.
3. Projetar grandes lucros
Se a empresa pensar em grandes lucros durante um período e se deparar com um resultado diferente, pode ser que prejuízos ocorram.
Isso porque é preciso trabalhar com valores que estejam dentro da média para não ficar no vermelho, mesmo fazendo os lançamentos com frequência e gerando o fluxo de caixa.
4. Não investir em um bom sistema de gestão
A tecnologia é uma grande aliada quando falamos de gestão financeira. Um bom sistema reúne todas as informações relacionadas a este contexto e facilita encontrá-las quando necessário.
A análise de dados também é facilitada por meio de dashboards oferecidos por esse tipo de aplicação.
Outras questões sobre Fluxo de Caixa
Além das nuances essenciais do fluxo de caixa, uma série de outras considerações desempenha um papel crucial na análise financeira abrangente e existem algumas dúvidas gerais acerca do assunto. Confira:
Quais os itens principais de um fluxo de caixa?
Entenda os quatro itens que representam as principais categorias que compõem um fluxo de caixa, fornecendo uma visão abrangente das entradas e saídas de dinheiro de uma empresa ao longo de um determinado período:
- Entradas de Caixa (Receitas): todas as fontes de dinheiro que entram na empresa, como vendas de produtos ou serviços, recebimentos de clientes, empréstimos ou investimentos de acionistas;
- Saídas de Caixa (Despesas): todas as saídas de dinheiro da empresa, incluindo pagamentos a fornecedores, salários, despesas operacionais, pagamento de dívidas e outros custos operacionais;
- Atividades de Investimento: transações relacionadas à aquisição e venda de ativos de longo prazo, como equipamentos, propriedades ou investimentos em outras empresas;
- Atividades de Financiamento: transações financeiras relacionadas à captação de recursos para a empresa, como empréstimos, emissão de ações ou pagamento de dividendos.
Qual a diferença de fluxo de caixa e livro caixa?
O fluxo de caixa e o livro caixa são conceitos relacionados à gestão financeira, mas eles se referem a aspectos diferentes:
Fluxo de caixa:
- É uma ferramenta que registra todas as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa em um período específico;
- Oferece uma visão detalhada das atividades financeiras da empresa, incluindo receitas, despesas, investimentos e financiamento;
- O objetivo é avaliar a liquidez, o desempenho financeiro e a saúde geral da empresa.
Livro caixa:
- É um registro contábil que acompanha as movimentações de dinheiro em espécie ou em contas bancárias;
- Pode ser usado para acompanhar transações de caixa diárias, como vendas em dinheiro ou despesas pagas diretamente em dinheiro;
- Geralmente é usado por pequenas empresas ou profissionais autônomos para manter um registro simplificado de transações em dinheiro.
Na prática e em suma, o fluxo de caixa é uma análise abrangente das transações financeiras de uma empresa, enquanto o livro caixa é um registro específico de transações em dinheiro, frequentemente usado para fins de contabilidade simplificada.
Como é feito o lançamento no livro caixa?
É relativamente simples e envolve registrar as transações em dinheiro que ocorrem na empresa. Aqui estão os passos básicos:
- Anote detalhes sobre a transação, como data, descrição do que foi pago ou recebido e o valor envolvido;
- Determine se a transação é uma entrada de dinheiro (receita) ou uma saída de dinheiro (despesa);
- Categorize a transação em uma categoria específica, como vendas, aluguel, fornecedores, etc. Isso ajudará na organização e análise posterior;
- Abra o livro caixa e insira os detalhes da transação na data apropriada. Registre a transação na coluna correspondente (entrada ou saída) e na categoria, se aplicável;
- Anote o valor da transação, indicando se é um valor recebido (entrada) ou um valor pago (saída);
- Atualize o saldo atual de dinheiro após cada lançamento, adicionando as entradas e subtraindo as saídas;
- Assine e date o lançamento para confirmar a precisão das informações;
- Realize os lançamentos de forma consistente, preferencialmente todo dia ou semanalmente, para manter um registro atualizado;
- Mantenha o livro caixa organizado e seguro para futuras referências, auditorias ou necessidades fiscais.
Qual o principal objetivo do Fluxo de Caixa Projetado?
Seu principal objetivo é prever as entradas e saídas de dinheiro futuras da empresa, permitindo uma visão antecipada da liquidez e das necessidades financeiras.
Isso possibilita tomar decisões informadas e estratégicas para garantir que a empresa tenha recursos adequados para cumprir suas obrigações e realizar investimentos planejados.
O Fluxo de Caixa Projetado (FCP) é uma ferramenta valiosa para o planejamento financeiro, a identificação de potenciais desafios de caixa e a avaliação da viabilidade de projetos futuros.
Qual a diferença de Fluxo de Caixa Previsto e Realizado?
Fluxo de Caixa Previsto é uma projeção antecipada das entradas e saídas de dinheiro com base em previsões e estimativas.
Ele é construído antes do período analisado e oferece uma visão teórica das transações financeiras esperadas. Pode ser usado para o planejamento financeiro, tomada de decisões estratégicas e previsão de cenários futuros.
Por outro lado, o Fluxo de Caixa Realizado é um registro das entradas e saídas reais de dinheiro que ocorreram durante um período específico.
Ele é compilado após o período analisado e reflete as transações financeiras efetivamente ocorridas.
Esse registro proporciona uma representação precisa das atividades financeiras realizadas e permite avaliar a precisão das projeções, bem como entender o desempenho real da empresa.
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