Outubro de 2022 – No terceiro trimestre de 2022, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a média da movimentação financeira real das pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) apresentou crescimento de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2021.
Apesar do aumento, o desempenho do índice configura uma desaceleração na comparação com o primeiro semestre do ano – quando o IODE-PMEs registrou avanço de 3,5% na comparação anual.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Figura 1: IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2019=100)
O resultado se mostra alinhado com a percepção do mercado de crescimento mais robusto da economia brasileira neste ano. Segundo Felipe Beraldi, gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie, “apesar da alta da inflação e dos efeitos da subida de juros, dois fatores estão ligados à sustentação do crescimento dos pequenos negócios no período recente: 1) o maior controle da pandemia e, consequentemente, a redução de restrições aos negócios presenciais e; 2) as medidas de auxílio do governo visando sustentar o consumo das famílias (liberação de recursos do FGTS e ampliação do Auxílio Brasil), em meio a um cenário macroeconômico tão complexo”.
Beraldi ainda ressalta que, tal conjunto de medidas, apesar de benéfica para a sustentação da economia no curto prazo, produz efeitos bastante controversos sobre as já delicadas finanças públicas.
Segundo as aberturas setoriais do IODE-PMEs, o crescimento do índice no terceiro trimestre foi condicionado, especialmente, pelo avanço da movimentação financeira real nos setores Indústria (+11,6% ante o terceiro trimestre de 2021) e Comércio (+5,7%). No setor industrial, a atividade das PMEs se destacou nos seguintes segmentos: ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’, ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Fabricação de produtos têxteis’.
No Comércio, a análise das atividades que compõem o segmento deixa clara a influência dos auxílios governamentais na evolução da movimentação financeira dos pequenos e médios negócios, uma vez que o comércio varejista voltou a mostrar bons resultados nos últimos meses, após certa perda de fôlego no decorrer do segundo trimestre do ano.
No entanto, alguns setores do mercado de PMEs mostraram retração na movimentação financeira real no período recente, como o setor de Serviços, que acumula resultados negativos nos últimos quatro meses de acordo com os dados do IODE-PMEs. No terceiro trimestre do ano, a movimentação financeira das PMEs de Serviços recuou 3,2% na comparação anual – após avanço de 2,3% no primeiro semestre deste ano. “Do ponto de vista das atividades que compõem o segmento, vale destacar o desempenho positivo do segmento de ‘Alojamento e Alimentação’ – que vem destoando do comportamento das pequenas e médias empresas do setor como um todo”, reforça Beraldi.
Por fim, o IODE-PMEs também mostra retração da movimentação financeira real das no setor de Infraestrutura (-3,4% YoY no terceiro trimestre de 2022), com destaque para a retração verificada em segmentos como ‘Construção de Edifícios’ e ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’.