Cuidar da gestão financeira de uma empresa é fundamental para que os resultados desejados sejam alcançados com excelência. Por isso, realizar o controle de custos ajuda a deixar o gerenciamento mais eficiente e organizado. Isso se for aplicado com metas e objetivos bem definidos.
Essa ação é ainda mais importante se for realizada entre as pequenas e médias empresas, pois, muitas vezes, o capital é limitado e as condições de crédito não são vantajosas.
Neste artigo, vamos entender como esse processo de controle funciona na prática, com 6 dicas bem fáceis para você já começar a se organizar e aplicar na sua empresa. Confira!
6 dicas para colocar em prática o controle de custos
Conhecido também como gestão de gastos, o controle de custos é o processo realizado nas empresas com o objetivo de garantir a saúde financeira da instituição. Esse controle é feito pelo monitoramento e análise dos custos fixos e variáveis da empresa, entre outras etapas. Confira a seguir quais são elas:
1. Separe despesas e custos
Em primeiro lugar, liste todos os gastos envolvidos na produção. Seja detalhista e acompanhe a sua produção por um período, seja ele mensal, semestral ou trimestral, anote tudo. Dessa forma, fica muito mais fácil administrar os custos de uma empresa.
Em seguida, separe os custos e despesas. Nos custos, podemos incluir aluguel ou compra de um imóvel, salário dos funcionários, compra de matéria-prima e materiais.
Lembre-se que despesas são aqueles gastos que não têm relação direta com o seu processo produtivo, sendo destinados à manutenção da empresa, certo? Logo, trata-se de contas de telefone e internet, salário de funcionários da área administrativa ou comissões de vendedores. Tenha em mãos apenas os custos relacionados ao seu produto final.
Portanto, os custos são gastos feitos em busca de resultados, já as despesas são gastos visando a manutenção da empresa.
2. Determine os custos diretos e indiretos
Após realizar a separação dos dois gastos, é o momento de focar nos custos e dividi-los entre custos diretos ou indiretos. O direto é atribuído a um produto ou, até mesmo, serviço, e o indireto a um serviço que não é possível atribuir um valor para cada unidade.
Aqui, pegando o exemplo de uma empresa que produz sapatos, é preciso separar os custos envolvidos com matéria-prima, como custo direto e o pagamento dos funcionários que participaram da produção, por exemplo, custo indireto.
3. Acompanhe custo direto x preço de venda
Este é o momento de comparar os custos diretos com o preço de venda e quantidade vendida, para avaliar se o saldo é positivo ou negativo para a empresa. Vamos usar um exemplo simples para entender essa avaliação.
Supondo que a sua empresa vende 400 sapatos por mês e que cada sapato custe R$ 70, significa que o seu faturamento mensal é de R$ 28.000,00, certo?
Agora, supondo que o seu custo direto envolvido seja de R$ 5.300,00, vamos calcular a Margem de Contribuição com a seguinte fórmula:
- Receita – Custo direto = Margem de contribuição
Que resulta em:
- 28.000 – 5.300 = 22.700
Assim, entendemos que a sua empresa tem uma receita mensal de R$ 28.000,00 e um custo direto de R$ 5.300,00, resultando em uma margem de contribuição de R$ 22.700,00, o que é um ótimo resultado. Afinal, o faturamento está maior que o custo com o produto.
Se o faturamento estivesse mais baixo e o custo mais alto, significaria que a sua margem de lucro está baixa. Esse seria um ponto de atenção constatado na contabilidade de custos da sua empresa, para análise de novas estratégias.
4. Saiba o ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio demonstra o quanto é preciso de faturamento para cobrir apenas os custos organizacionais, como em um empate com lucro zero. Trata-se de um ponto muito importante!
Para chegar nele, juntamos os custos indiretos para somar com os diretos e, assim, entendemos quais são os custos totais de determinado produto. Veja no exemplo:
- Supondo que os seus custos indiretos cheguem a R$ 4.900,00, se somados aos custos diretos (R$ 5.300,00), temos um total de R$ 10.200,00.
Para calcular o ponto de equilíbrio usamos a fórmula:
- Custo indireto / (Receita – Custo direto) X 100 = Ponto de equilíbrio
Que resulta em:
- 4.900 / (28.000 – 5.300) X 100 = 21,58%
Isso quer dizer que, pelo menos, 21,58% dos seus sapatos precisam ser vendidos em um mês para que a sua empresa não tenha prejuízos e comece a lucrar. A ideia é aplicar esses cálculos para todos os seus produtos ou serviços prestados. Assim, você terá uma contabilidade de custos completa para a sua empresa.
5. Determine o melhor preço de venda
É a partir do ponto de equilíbrio que a empresa tem total condição de determinar o melhor preço de venda para obter lucro e analisar possíveis falhas na operação. Isso vai desde a necessidade da troca de fornecedores para comprar materiais mais baratos até o equilíbrio da produção para chegar a uma margem de lucro vantajosa para os negócios.
6. Tenha uma reserva emergencial
A reserva emergencial ou financeira é um valor separado para ser usado somente em casos de emergência e deve estar incluso nos custos de uma empresa. Nesse sentido, permite enfrentar momentos de dificuldade com mais tranquilidade.
Assim, a reserva pode ser usada caso haja uma crise econômica que afete a sua empresa ou aconteça uma perda de muitos clientes ao mesmo tempo, por exemplo.
Vantagens de aplicar a contabilidade de custos
Imagine um gerenciamento financeiro completo para a sua empresa, em que a precificação dos seus produtos e serviços comercializados é estrategicamente desenhada e totalmente satisfatória para os resultados.
Nesse cenário, a diminuição dos gastos desnecessários e riscos financeiros se tornam consequência e a competitividade da sua empresa pode aumentar, e muito, com a total visão sobre os seus lucros através da contabilidade de custos.
Além disso, com uma boa gestão de custos, a lucratividade pode ser ampliada de forma orgânica, com inovação e qualidade. Afinal, ao inserir a quantidade certa de recursos, evitando gastos desnecessários, o custo-benefício dos produtos aumenta e pode atender muito mais às expectativas dos consumidores.
Realize um planejamento estratégico eficaz para crescer!
A principal vantagem deste processo é o total acesso a informações pertinentes para um bom planejamento estratégico para as suas vendas. Então, determine o momento certo de aumentar o preço de venda dos seus produtos ou serviços prestados, decida se é preciso contratar mais funcionários ou comprar novos equipamentos.
Ainda, entenda os gastos desnecessários e corte-os de vez da sua operação. De maneira geral, o controle de custos é o recurso que avalia melhor os critérios para as tomadas de decisão relacionadas ao seu custo de produção e permite melhores análises de resultados.
Agora, o que falta para você começar a implantar um processo de contabilidade de custos completo na sua empresa?
Com tudo o que vimos e aprendemos com este artigo, lembre-se que o seu maior aliado na jornada de crescimento do seu negócio é o seu contador! Depois de você, ele é a pessoa que mais entende do seu negócio e pode analisar os cálculos e criar cenários totalmente pertinentes ao seu momento atual.
Busque orientação do seu contador para definir um planejamento satisfatório e esteja sempre atualizado com novas ferramentas para otimizar ainda mais este processo. A Omie é um sistema de gestão integrado que pode ajudar você a organizar a contabilização dos seus custos. Confira nossas soluções e conteúdos do universo do empreendedorismo!