DRE: o Raio X da saúde da sua empresa
DRE é o melhor relatório para enxergar a saúde da sua empresa, mas será que você sabe como interpretá-lo?
O DRE, ou Demonstrativo de Resultados, é sem dúvida o melhor relatório para se enxergar a saúde da sua empresa. Ele vai mostrar se o seu negócio é bom e se ele está bem (essas duas coisas são diferentes como veremos).
Quando falamos em DRE, existem dois pontos onde sempre temos confusão no entendimento. O primeiro e mais frequente é, sem dúvida, o regime de apuração. Conceitualmente, o DRE deve ser gerado em regime de competência. Para ser bem simplista, isso equivale a dizer a filtrar todos os lançamentos para compor o relatório pela data de emissão das notas, não pelo pagamento (o que seria regime de caixa).
Uma das perguntas que mais ouço dos iniciantes é: por que não é possível fazer o DRE em regime de caixa? E aqui está a resposta: para saber o resultado de forma equilibrada, temos que comparar as receitas de um período com as despesas do mesmo período - e isso não tem nada a ver com os prazos de pagamento ou recebimento negociados por você com seus clientes e fornecedores. Você pode ter parcelado uma despesa em 10X, mas economicamente essa é uma despesa que você contraiu neste mês. Você pode até possuir outros relatórios que mostrem como o seu caixa está sendo gasto por cada tipo de despesa, mas isso se chama fluxo de caixa e não DRE.
O segundo ponto de muita dúvida é a separação entre custos, despesas e investimentos. Vamos começar pelo último, que é o mais simples: se você renovou os computadores da empresa, isso é um investimento. Se comprou móveis, isso é um investimento. Se comprou uma máquina nova para a sua fábrica, isso também é investimento. Investimentos tendem a ser pontuais e ficam de fora do DRE. Veja este exemplo: uma nova máquina pode fazer você produzir com um gasto menor de energia e assim reduzir o seu custo, e por isso você tomou a decisão de investir no equipamento. Investir significa colocar capital na frente (compra da máquina) para ter um benefício a longo prazo (redução do custo). Alguns modelos de DRE gerenciais preveem um total de investimentos após a apuração do resultado, mas isso é mera liberalidade.
Removidos os investimentos, temos que separar custos e despesas, e aqui o bicho pega. Custo é o conjunto de gastos necessários a entregar o seu produto fim ou serviço ao seu cliente. Por exemplo, se você é uma fábrica, é o custo médio das matérias primas consumidas mais os gastos de fabricação que compõe os produtos que você vendeu no período (custo da mercadoria vendida). Se você é um comércio, é o custo médio de compra das mercadorias revendidas. Se você é uma empresa de auditoria, é o custo total da sua equipe de auditores. Se você é uma empresa de Internet ou software na nuvem, é o custo de datacenter e do suporte, só para citar alguns exemplos. Despesa são todo o resto: custo de vendas, marketing, pessoal administrativo, etc.
Essa separação é superimportante para descobrirmos se o negócio é bom: olhando o resultado entre as receitas de um período e os custos do mesmo, descobrimos se o negócio é bom, independente da eficiência de vendas, marketing e administração. Essa diferença é o que chamamos de Margem Bruta.
Quando pegamos a Margem Bruta e subtraímos as despesas, descobrimos se o negócio está bom, e obtemos o Resultado ou EBIT. Veja que você pode decidir ir para o vermelho para investir pesadamente em marketing e vendas buscando crescer mais rápido, portanto o resultado pode não estar bom neste período, mas a Margem Bruta continua mostrando se estamos operando bem o negócio.
Voltando às despesas, costumeiramente também separamos as despesas fixas (como pessoal, aluguel, despesas administrativas) das variáveis (como comissões e marketing).
E os impostos, onde entram? A resposta é: depende. Impostos diretos sobre o faturamento devem ser abatidos da Margem Bruta. Impostos sobre folha estão juntos às despesas de pessoal correlatos. E impostos sobre o lucro não entram no DRE, pois são calculados sobre o Resultado.
Isso nos leva a um quadro gerencial que, bem resumido, fica mais ou menos assim:

O que vemos no exemplo acima? Primeiro, que o negócio é bom: cada R$ 100 vendidos temos uma margem de 40%, e depois, que o negócio está bom: reduzidas todas as despesas fixas e variáveis temos ainda um belo resultado de 28%.
Então é isso pessoal. O DRE vai lhe trazer um raio x da saúde da sua empresa, que é bem diferente do fluxo de caixa, que vai mostrar as movimentações financeiras dia a dia, por categoria. E se você é um feliz usuário do sistema de gestão Omie, verá que pode alocar cada categoria de receita ou despesa no local adequado do DRE, e ter o melhor relatório para ver a saúde da sua a um click, a qualquer momento!