Uma dúvida muito comum entre os empreendedores é definir o valor de seu produto ou serviço, ou seja, entender o que entra na formação do preço. Afinal, é necessário que o preço praticado cubra os custos e despesas de produção e comercialização e ainda traga lucros para a empresa crescer no mercado.
Quer compreender melhor o que é precificação, sua importância e qual cálculo utilizar para a formação de preço de venda adequado? Então, acompanhe este artigo e esclareça todos esses pontos!
O que é formação de preço?
É um conceito que considera todos os elementos que envolvem a precificação de um produto ou serviço. Assim, deve ser bem compreendido pelo varejista, pois a definição de preço não pode ser feita de forma intuitiva ou apenas fazendo uma análise da concorrência.
Pelo contrário: é fundamental ter clareza sobre todos os fatores envolvidos na formação do preço para fazer o cálculo correto, evitando prejuízos e desequilíbrio nas contas da empresa, ou seja, de forma que traga lucros.
Qual a importância de fazer a precificação corretamente?
A primeira questão é que o preço dos itens precisam dar um retorno, ou seja, não pode apenas cobrir ou ser inferior aos custos e despesas com a produção e comercialização.
Isso porque um produto vendido a R$ 20, por exemplo, não significa que no caixa da empresa vão entrar esses R$ 20, já que houve gastos com matéria-prima, mão de obra, aluguel, impostos, energia elétrica, transporte, embalagem, entre outros custos, dependendo do item que está sendo vendido.
Dessa maneira, a precificação é um conceito relacionado à gestão financeira da sua empresa, visto que, ao praticar valores adequados, você tem uma margem de lucro sobre as vendas, ou seja, tem um ganho após arcar com todas as despesas e obrigações.
Além disso, elaborar uma tabela de preços após os cálculos corretos permite fazer um planejamento financeiro e também estipular as metas de vendas.
Vale acrescentar que definir um preço adequado também deve levar em consideração o quanto o seu público pode pagar e ainda a qualidade e reputação de seus produtos ou serviços no mercado. Assim, nesse último aspecto, entra em cena uma questão mais subjetiva, sendo a percepção de valor que seus clientes têm em relação aos seus itens ou à sua marca.
Quais conceitos considerar ao calcular o preço de venda?
Como foi mostrado, para saber qual preço é o mais adequado para os seus produtos ou serviços, é necessário considerar alguns aspectos. Entre os principais estão os custos e a margem de lucro como explicamos a seguir. Confira.
Custos
Os custos podem variar conforme o segmento da empresa, mas, de forma geral, estão relacionados com todos os gastos que se tem para produzir e comercializar o produto. Eles podem ser fixos (custos diretos e indiretos) e variáveis.
Os custos fixos são representados pelas despesas para a fabricação do produto e englobam os custos diretos, como matéria-prima ou custo do produto para revenda, mão de obra, aluguel do imóvel, despesas com água, luz, impostos e outros.
Nos custos fixos tem também os custos indiretos, gastos com depreciação de máquinas, limpeza, logística, energia elétrica para refrigeração, entre outros.
Por fim, os custos variáveis são aqueles que não são previsíveis, ou seja, podem sofrer variação e estão relacionados com a comercialização do produto, como transporte, embalagem, armazenamento, comissões de vendas, taxas de cartão de crédito e ainda as perdas que podem ocorrer nesse processo.
Margem de lucro
Além dos custos com a fabricação e comercialização de cada item, é necessário estabelecer a margem de lucro, a porcentagem de ganho que a empresa terá após a venda do produto.
Logo, de uma forma resumida, podemos dizer que a fórmula do preço considera custos fixos (diretos e indiretos), custos variáveis e a margem de lucro. Assim, se a empresa gasta R$10 para fabricar uma caneca e estipula uma margem de lucro de 50%, o preço do produto para venda deve ser de R$15.
Como fazer a formação de preço?
É necessário que o empreendedor conheça algumas estratégias para a formação de preço. Veja abaixo.
Markup
A primeira estratégia que você pode adotar é o markup, um índice que diz respeito à diferença do preço de venda e do preço de custo de um item. A ideia é estabelecer um preço que considere todos os custos e traga a margem de lucro esperada. Desse modo, a empresa se torna lucrativa, ou seja, não perde dinheiro no processo de venda.
Para calcular, é necessário utilizar a seguinte fórmula:
- 100/[100-Despesas variáveis+Despesas fixas+lucro esperado)]
Por exemplo: se para produzir um item, os custos variáveis foram de 15%, os fixos de 10% e o lucro pretendido é de 50%, a conta seria:
- 100/[100-(15+10+50)] = 100/25 = 4
Então, se o preço de produção for de R$10, é preciso multiplicar o valor por 4, ou seja, o preço de venda do produto para ter o lucro esperado é de R$ 40.
Precificação pela concorrência
O empresário também pode se basear na precificação adotada pela concorrência e, dessa forma, realizar uma estratégia de benchmarking. Para isso, é necessário selecionar os principais concorrentes e verificar os preços praticados em diferentes períodos.
Para isso, é preciso ter critério ao realizar um dos tipos de pesquisa de mercado. Isso porque você deve analisar os concorrentes similares e não algum que ofereça o mesmo produto, porém com qualidade muito inferior, por exemplo
Assim, você pode ter uma ideia de preço mínimo e máximo do seu setor, oferecendo um preço atrativo para o cliente e mantendo sua empresa competitiva no mercado.
No entanto, tenha em mente que saber essa média de preços serve apenas como um referencial, afinal é preciso colocar na ponta do lápis todos os custos que você tem na produção e comercialização de uma mercadoria.
Precificação pelo lucro
Existe ainda a precificação pelo lucro, em que você utiliza uma fórmula, considerando custos, lucro pretendido, além dos impostos e comissões. A conta é a seguinte:
- Preço de Venda = (Custo do Produto + Lucro) / (1 – impostos – comissões).
Desse modo, se o custo do produto é de R$ 20, o lucro pretendido é de R$ 8, sendo que o imposto é de 10% e a comissão de 5%, a conta deve ser feita assim:
- Preço de Venda = (20 + 8) / (1 – 0,10 – 0,05) = 32,94.
Logo, no exemplo acima, o preço adequado para cobrir não apenas os custos, mas também os tributos e taxas com vendas, e ainda gerar o lucro pretendido, é de R$ 32,94.
Como o CVM pode auxiliar na precificação?
Caso o negócio trabalhe com grandes estoques, é interessante considerar o CVM (custo da mercadoria vendida) para fazer a precificação, pois é um indicador que engloba todos os custos para produzir e armazenar uma mercadoria até que ela seja vendida.
O CVM está diretamente relacionado à gestão do estoque, pois considera a quantidade de itens inicial e final em um período, permitindo entender o lucro bruto, valor que precisa ter descontado as despesas fixas e variáveis para determinar o lucro líquido da empresa. Por isso, é uma métrica que ajuda na formação de preço para obter o lucro pretendido.
Gostou de acompanhar essas informações para ter sucesso na gestão financeira da sua empresa? Então, aproveite para conferir também como fazer a cotação de preços de forma estratégica!