A pequena empresa tem um papel importante na economia brasileira: 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país é gerado por micro e pequenas empresas. Segundo levantamento do Sebrae, 72% dos empregos criados no Brasil (no primeiro semestre de 2022) foram graças a esse segmento.
Mas como saber se o meu negócio é uma pequena empresa? Como administrar organizações desse porte? Dúvidas como essas são bastante comuns, até mesmo para quem já empreende. Mas não se preocupe: neste texto vamos te ajudar a compreender melhor cada um desses aspectos. Continue a leitura!
O que define uma pequena empresa?
Para um negócio ser caracterizado como “pequena empresa”, ele precisa ter um faturamento anual de até R$ 4,8 milhões por ano, ou empregar até 49 pessoas no comércio e serviço, ou até 19 pessoas na indústria.
O organograma de uma pequena empresa costuma ser bastante enxuto, mas sempre deve contar com os três principais departamentos:
- Vendas e marketing, já que todo negócio precisa vender.
- Operações, o setor que vai garantir que as promessas feitas aos clientes sejam cumpridas.
- Administrativo e financeiro, porque toda empresa precisa acompanhar suas finanças, se manter em dia com as obrigações e garantir fluxo de caixa.
Algumas pessoas costumam se confundir sobre os tipos de pequenas empresas, mas é importante lembrar que o que vai fazer a diferença na classificação do porte é o faturamento. Logo abaixo vamos explicar com mais detalhes, confira:
Quais são os tipos de pequenas empresas?
As pequenas empresas brasileiras podem ser divididas em três categorias: MEI (microempreendedor individual), ME (microempresa) e EPP (empresa de pequeno porte). Todas são geridas pela Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte e, no âmbito tributário, são adeptas ao regime do Simples Nacional.
O que mais gera confusão, entretanto, é que o MEI tem características específicas na sua regulação, enquanto as outras duas se diferem apenas pelo seu faturamento. Para compreender melhor, veja a divisão abaixo:
MEI (Microempreendedor Individual)
É a pessoa que trabalha por conta própria e sua atuação profissional se enquadra em funções específicas classificadas no CNAE.
Além disso, o microempreendedor só pode contar com um único colaborador, que não pode ser sócio ou titular de outra empresa, e sua receita anual deve ser igual ou inferior a R$ 81 mil.
ME (Microempresa)
É toda organização que possui uma receita anual igual ou inferior a R$ 360 mil.
EPP (Empresa de Pequeno Porte)
São empresas com receita anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4,8 milhões.
Qual é o menor tipo de empresa?
O menor tipo de empresa varia de acordo com a legislação e as classificações adotadas em diferentes países. No Brasil, reconhecemos o MEI como o menor tipo de empresa.
Por que é importante identificar o tipo de pequena empresa?
Saber identificar o tamanho da empresa é importante por várias razões. A contabilidade para empresas pequenas, por exemplo, muda bastante — mesmo entre os diferentes subgrupos (MEI, ME e EPP).
Além disso, ao definir o tipo de pequena empresa, é possível pagar impostos corretos (evitando duplicidades ou pagamentos extras), expandir com maior velocidade e até conseguir benefícios diferentes.
Veja alguns dos principais motivos para fazer essa identificação:
Estar de acordo com a lei
Cada subgrupo de pequena empresa tem obrigações legais, tributárias e regulatórias específicas. Conhecer em qual deles o seu negócio se identifica te ajuda a entender quais leis e regulamentos devem ser seguidos, evitando problemas legais e possíveis penalidades.
Ter benefícios e incentivos
Diferentes tipos de pequenas empresas podem ser elegíveis para benefícios fiscais, incentivos governamentais e programas específicos de apoio. Ao reconhecer, verifique essas vantagens que podem ser fundamentais para o crescimento e sustentabilidade do negócio.
Facilitação de transações comerciais
Ao lidar com fornecedores, parceiros comerciais, instituições financeiras e clientes, é importante que as informações comerciais, como o tipo de empresa, estejam corretas e atualizadas. Isso facilita o estabelecimento de relações comerciais e a realização de transações.
Planejamento estratégico adequado
Diferentes estruturas empresariais podem ter impactos significativos na forma como o negócio opera, como é gerenciado e quais são suas perspectivas futuras.
Outro ponto interessante de se considerar é o marketing digital para pequenas empresas, que muda de acordo com o subgrupo no qual o seu negócio se encontra – se MEI, ME ou EPP. A depender do tipo de pequena empresa, o orçamento destinado para essa área será diferente – bem como as estratégias de posicionamento e geração de demanda (novos clientes).
Como administrar uma pequena empresa?
Administrar uma pequena empresa é desafiador, mas quem já empreende sabe que também é gratificante. Entretanto, é preciso seguir algumas orientações. Veja:
1. Faça um planejamento (mensal, trimestral e anual)
Muitos empreendedores esquecem da fase de planejamento, mas ela é extremamente importante para garantir o sucesso no longo prazo. Por isso, comece criando um plano de negócios que defina a visão, a missão, os objetivos e as estratégias da empresa.
2. Mantenha uma gestão financeira rigorosa
Estabeleça um orçamento, acompanhe as receitas e despesas, mantenha os registros financeiros precisos e esteja ciente do fluxo de caixa. Não se esqueça de separar as finanças pessoais das da empresa e tenha uma reserva de emergência (tanto para a pessoa física quanto para a jurídica).
3. Cuide do marketing e das vendas
Desenvolva uma estratégia de marketing adequada ao seu público e utilize as mídias sociais, marketing digital, propaganda local e networking para atrair clientes. Hoje em dia, é possível começar com pouco ou nenhum investimento inicial para se posicionar online.
4. Foque na satisfação do cliente
Responda a dúvidas e reclamações com rapidez, ofereça um atendimento humano e de qualidade. E não se esqueça de buscar avaliações dos clientes para melhorar constantemente.
5. Priorize suas tarefas e otimize seu tempo
Seja organizado, estabeleça metas realistas e evite a procrastinação. Na hora de escolher o que será feito primeiro, escolha as ações que geram mais resultado e o impacto no negócio. Tenha foco!
6. Use a tecnologia a seu favor
É possível ganhar escala e evitar trabalhos repetitivos quando você usa as ferramentas certas. Por isso, faça uma busca e veja as que podem te ajudar a crescer em faturamento sem precisar aumentar a equipe.
Prova disso é o mais recente estudo realizado Aberdeen Group. Nele, observa-se que pequenas empresas que usam ferramentas de gestão tecnológica podem aumentar sua receita em até 15%.
7. Cuide de si mesmo
Ser empreendedor exige muito esforço e dedicação. Cuide da sua saúde física e mental, estabelecendo um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Cuidar de uma pequena empresa demanda tempo, esforço e capacitação. Mas não é uma tarefa impossível. Se você quer saber mais sobre esse assunto, leia o passo a passo de como administrar uma pequena empresa no blog Omie!