Entenda como entregar a Demonstração de Fluxo de Caixa

Mesmo que PMEs não sejam obrigadas a entregar esta demonstração, entenda como ela pode ajudar em questões estratégicas de gestão da sua empresa
Navegação Rápida
Navegação Rápida

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) é uma demonstração financeira/contábil muito importante, mas obrigatória apenas para empresas de capital aberto ou com patrimônio líquido acima de 2 milhões de reais.

Por se tratar de uma demonstração opcional, as pequenas e médias empresas acabam por não analisar esta demonstração financeira, mas isto pode ser um grande erro. Vamos entender como a DFC pode ajudar os pequenos empreendedores em questões estratégicas.

O objetivo da DFC

De acordo com o manual da contabilidade das sociedades por ações, o objetivo primário da DFC é prover informações relevantes sobre pagamentos e recebimentos de uma empresa, em um determinado período de tempo (Atlas, 2006).

Na prática isto quer dizer que a DFC demonstra em um determinado período, sejam dias, meses ou ano, todas as movimentações de entradas e saídas no caixa da empresa. Com esta análise, empresários e/ou investidores podem avaliar:

• A capacidade das empresas gerar futuros fluxos líquidos de caixa positivos;

• A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos;

• A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;

• A taxa de conversão de lucro em caixa;

• A capacidade financeira de determinadas empresas, enxergando diferenças entre empresas do mesmo ramo;

• O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;

• Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e de financiamento.

Requisitos para a DFC

Para apresentar a DFC, é necessário seguir uma ordem específica, através da qual são evidenciadas as transações da seguinte forma: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento. Vamos entender o que estes três grupos tratam, especificamente:

• Atividades operacionais: são atividades que envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços, ou seja, todas as movimentações financeiras que são oriundas dos processos de entradas de insumos e vendas de produtos e mercadorias, inclusive aquelas que não estão relacionadas nas atividades de investimentos e financiamentos. Alguns exemplos: recebimento de clientes, pagamento de fornecedores, pagamento de salários, entre outros.

• Atividades de investimento: estas estão relacionadas com o aumento ou diminuição dos ativos de longo prazo, que a empresa utiliza para realizar suas operações, ou seja, todas as aquisições ou baixas de investimentos que a empresa tenha obtido para garantir a execução da sua operação, sejam elas de produção ou comercialização de bens/serviços. Exemplos são: recebimento de vendas com imobilizado e pagamentos de compras de imobilizado.

• Atividades de financiamento: finalmente, estas são as atividades relacionadas com as operações de crédito que a empresa realiza com credores e investidores, ou seja, toda movimentação de financiamento que a empresa realiza ou capta para dar continuidade em suas operações. Como por exemplo, podemos citar: aumento de capital, recebimento de empréstimos, pagamento de empréstimos, entre outros.

Através do conjunto destas atividades, é possível para o empreendedor chegar ao fluxo de caixa líquido do período. O resultado deste cálculo deve ser igual à diferença entre o saldo inicial das contas de caixa e equivalentes no início do período, e o saldo dessas mesmas contas no final do período.

E o que podemos analisar na DFC?

O primeiro ponto de análise que pode ser feito é observar o aumento e ou diminuição do fluxo de caixa líquido, a última linha da DFC. Realizar esta análise dá um bom termômetro sobre o rumo financeiro da empresa, podendo indicar um descontrole financeiro ou uma má gestão dos fluxos financeiros da empresa.

Claro que estes dados devem ser analisados levando em consideração as sazonalidades da empresa, já que se a empresa dentro de um período tem um ou dois períodos de fluxo de caixa mais forte que os demais, isto não pode ser ignorado. Este tipo de análise deve sempre ser feita de forma holística, visualizando todos esses detalhes no período que está sendo analisado.

Outro ponto importante é a necessidade da DFC ser acompanhada mensalmente, e se possível de forma mais fragmentada dentro do mês. Analisando a DFC dessa forma, tão logo que se perceba uma deficiência financeira, é possível tomar decisões estratégicas para corrigir ele e não sofrer um impacto financeiro significativo para empresa.

Além disso, é importante observar a DFC juntamente com as demais demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. Estas afinal são demonstrações complementares, e analisando as três em conjunto, é possível ter uma visão micro do seu negócio, para ter uma melhor tomada de decisões.

É importante lembrar que estas demonstrações não servem apenas para olhar o passado. Estas análises permitem uma visão muito mais clara do futuro da sua empresa, no que chamamos de fluxo de caixa projetado.

Fluxo de caixa projetado

O fluxo de caixa projetado é a visualização de todos os recebíveis e pagamentos da empresa em uma data específica, em relação aos períodos posteriores a estes. Olhar o fluxo de caixa para o futuro é importante para ter um planejamento estratégico mais assertivo. Porém, para conseguir desenhar a DFC projetada é preciso fazer um outro relatório financeiro, o orçamento.

No orçamento, você terá todas as informações relacionadas as receitas e gastos projetados para a empresa para um determinado período no futuro. Com esse relatório e mais algumas informações financeiras, como a política de pagamentos da empresa, a política de recebimentos da empresa, e os planos estratégicos de investimento da empresa, é possível ter uma visão aproximada do fluxo de caixa que a empresa irá gerar para os próximos períodos.

Como observamos que para gerar a DFC projetada é preciso juntar um grupo considerável de informações, este trabalho exige uma expertise um pouco maior sobre análises financeiras.

Caso a empresa já tenha um histórico financeiro, a identificação de sazonalidades pode ficar mais fácil. Neste caso, basta pegar as movimentações financeiras dos últimos anos que logo poderá encontrar um padrão nesse sentido.

Agora se a empresa não possui um histórico que permita extrair esses dados, será preciso uma análise de mercado para verificar as sazonalidades do seu ramo de atuação, períodos importantes e público que irá atender. Junte estas informações e inclua na sua DFC, sempre sendo o mais conservador possível, assim não haverá tantas surpresas no meio do caminho.

Neste sentido, é importante que a DFC seja revisitada periodicamente, para que os dados gerados por essa demonstração sejam o mais fiel possível com a realidade da empresa.

Se você ainda tem dúvidas de como gerar a DFC ou como analisar as informações constantes dela? Entre em contato com o seu contador. Ele é quem mais pode te ajudar a entender melhor essa demonstração financeira e lhe ajudar a melhorar o seu desempenho financeiro.

Compartilhe este post
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Conteúdos relacionados
Entenda o que é qualificação cadastral eSocial e fique por dentro das regularidades trabalhistas. Confira o passo a passo elaborado
Conheça mais detalhes sobre o Sistema de Informação Gerencial e como ele pode impulsionar o sucesso do seu negócio.
DASN Simei: homem com celular e notas

MEI

Aprenda como declarar e evite multas e juros pelo não envio das informações corretas.